"Em defesa dos direitos das pessoas com autismo"

domingo, 9 de dezembro de 2012

Cavalos são aliados no tratamento de crianças autistas e com movimentos comprometidos


Nordeste // Ceará

Publicado em 16.08.2012, às 09h54


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Na equoterapia, Rian, de 5 anos, já apresenta melhora nos movimentos
Fotos: Leonardo Heffer

Leonardo Heffer Do NE10/Ceará
Desde que o efeito fisioterapêutico da cavalgada tornou-se notório, a procura pela atividade tem crescido a passos largos. A equoterapia ganhou espaço em centros hípicos e haras, auxiliando crianças portadoras de doenças genéticas, problemas motores e autistas. Em Fortaleza, longe das mensalidades que chegam a R$ 400, a cavalaria da Polícia Militar do Ceará abriu as portas para a terapia com custo zero aos inscritos. O foco é a população de baixa renda que mora em área de risco social.

Rian Albuquerque, 5 anos, praticante de equoterapia, sofre de um mal chamado Atrofia Muscular Espinhal (AME) do tipo 2, problema genético que atinge a espinha e afeta os movimentos motores voluntários. Os primeiros sintomas apareceram já aos seis meses de vida. Rian não tem sustentação para manter, por exemplo, a cabeça erguida, ou até mesmo o tronco ereto. Por vezes, não dá para sentar. Andar é um movimento considerado raro para quem sofre da AME.

Superando as dificuldades, Rian é um garoto sorridente, que fala com todos e chega a bater continência acompanhado de um alegre "bom dia, capitão". Para se locomover, somente nos braços - e não importa de quem seja, afinal está entre amigos, como ele afirma sobre a equipe multidisciplinar do projeto. São pedagogos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais e equitadores que o auxiliam.

A fonoaudióloga Sílvia Renata de Albuquerque Herculano, mãe do pequeno, percebe os resultados positivos do tratamento. "Rian já consegue ter mais força para se manter sentado, ação que antes não fazia. Ele já tem mais controle do tronco e da própria sustentação", afirma Silvia. Ela conta que já conhecia a equoterapia e seus efeitos benéficos. Quando soube do trabalho realizado na Cavalaria, colocou o nome do filho em uma lista de espera e, seis meses depois, Rian tinha seu primeiro contatos com Paquita, égua que o acompanha no tratamento.

Outro praticante da equoterapia é Ítalo Aguiar, 11 anos, autista. No lombo do animal, o garoto mantém o foco em todos os detalhes que o cercam. Paulo Sérgio Aguiar, militar reformado, está sempre ao lado do filho. "É incrível como ele mudou. Passou a estar mais atento às coisas, a olhar e perceber os ambientes. O tratamento com os cavalos o deixou até mais calmo", diz Paulo Sérgio.

Para o capitão Daíso Filho, coordenador da equipe, a resposta dos pacientes compensa todo o investimento. "Você vê crianças que muitas vezes não conseguem sorrir, que estão afetadas por suas deficiências e, no decorrer do tratamento, percebe o comportamento mudando gradativamente. Por fim, ver esses sorrisos nos rostos delas vale qualquer sacrifício", afirma.

INSCRIÇÃO - A equoterapia faz parte de uma série de projetos sociais da Polícia Militar do Ceará voltada para o público de baixa renda. Para se candidatar a uma das 12 vagas, os interessados precisam de recomendação médica. A alta procura pelo tratamento fez necessária a criação de uma lista de espera que convoca os inscritos não pela ordem de chegada, mas pela necessidade do tratamento.
"As crianças que têm urgência na equoterapia são as primeiras chamadas quando surgem vagas", explica o capitão. A permanência na terapia pode variar. "Criamos uma meta de desenvolvimento para cada criança. A cada seis meses, uma avaliação é feita e, caso ela chegue ao nível que traçamos, pode-se dar alta para a criança para que uma nova venha iniciar o tratamento."

fonte: http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nordeste/noticia/2012/08/16/cavalos-sao-aliados-no-tratamento-de-criancas-autistas-e-com-movimentos-comprometidos-361776.php

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